divórcio ou casamento eterno?...

2006-02-11

Pequenas coisas

Naqueles dias e noites que ali passei deitado, muito tempo deitado e quase imobilizado, o que me impediu de comunicar com os colegas, muita coisa passou pela minha cabeça.

Uma delas foi a importância das coisas simples da vida que nós vamos perdendo por serem tão pequenas e... "insignificantes".

Recordei-me da água da "Fonte Fria", uma "fonte" fresquinha que corria à beira de um caminho da minha meninice. O que daria eu para poder de novo ajoelhar-me, dobrar-me, mergulhar os lábios na água que corria entre os limos e sorvê-la. Tanta vez repeti este gesto mas só agora fui capaz de o apreciar na sua singularidade única e irrepetível. Será que a Fonte ainda lá está ou foi destruída pelo progresso, como aconteceu à beira de tantas estradas antigas?

O sabor do morango arrancado do canteiro da horta, cheio de terra que se lavava na água da levada: que saborosos que eles eram! Será que os de agora perderam o sabor porque a pressa da sociedade do lucro não os deixa crescer naturalmente ou fomos nós que fomos perdendo a capacidade de saborear a vida e os seus pequenos nadas?

O sorriso franco da minha mulher-namorada (quando casámos ela tinha 18 anos!) que se foi escondendo com o aumentar dos anos: foram as crescentes responsabilidades de uma vida profissional ou foi eu que deixei de a namorar no dia a dia do nosso caminhar para a velhice?

Coisinhas tão pequeninas...
Mas são elas que dão sabor à vida.

Será que estamos a perder o sabor... ou a vida?

Mas eu gosto dos sabores saborosos (não recuperei a água da Fonte Fria e só parcialmente o dos morangos e espero recuperar o sorriso da minha mulher) e da vida, feita destes pequenos sabores.

É bom viver e viver em harmonia com a natureza e a vida.

3 Comentários:

Blogger xana disse...

è bom lembrar "estes pequenos nadas..."..que são tudo!

Posso deixar aqui mais um pequeno abraço??

11/2/06 21:56

 
Blogger Fernando Cassola disse...

"Senhor Zé", eu sou apenas uma simples e humilde pessoa que teve o prazer de o conhecer (não pessoalmente) numa conferência que proferiu à pouco tempo na cidade dos canais (Aveiro) e devo dizer-lhe que fiquei a gostar muito da maneira como fala da nossa Igreja. Daí posteriormente descobri o seu blog e fiquei ainda a gostar mais daquilo que vai escrevendo. Desejo-lhe as melhoras e que seja feita a vontade do criador. Quanto à simplicidade, deixe-me dizer-lhe esta pequena inconfidêndia "ao lêr este texto" as lágrimas vieram-me aos olhos por lembrar-me precisamente das coisas simples que vamos deixando passar na nossa vida e que com este ritmo "louco" vamos perdendo o sabor e o sentimento.
Um abraço forte e as melhoras.

13/2/06 14:30

 
Blogger Zé Dias disse...

Apesar de atrasados, aqui deixo os meus cumprimentos ao Fernando.
Espero que continue a descobrir as coisas simples da vida.
Quanto tempo perdemos nós a querer fazer coisas grandes e perdemos a vida que é geralmente feita de pequenas coisas embora de grandes fidelidades.
Um abraço para todos.
Vou agora reiniciar a normalidade da vida.

21/2/06 16:01

 

Enviar um comentário

<< Home