divórcio ou casamento eterno?...

2006-09-24

Educadores do povo

Já tinha notado uns placards a fazer publicidade a um tal Jura, mas devo dizer que sempre faço um grande esforço para não ler o que dizem esses "violadores de consciências" que são, muitas vezes, os painéis publicitários à beira da estrada ou das ruas.
Porém esta semana li duas ou três frases sobre o Jura que gostaria de transcrever aqui.
Numa entevista ao novo semanário, diz um tal João Matos: "O meu objectivo não foi chocar as pessoas, mas trabalhar na mudança de mentalidades (sobre o sexo)", acompanhado do seguinte comentário: "explica o autor que assegura ter sempre muito cuidado no tratamento deste tipo de cenas, procurando enquadrá-las na história, para que não se tornem gratuitas". Para perceber melhor o que tal autor tem em mente, basta ler na Visão as palavras lúcidas de Patrícia Tavares na resposta à pergunta "Mas é de sexo que (também) se trata...": "A série implica uma grande exposição física, mas está longe de ser pornográfica ou perversa. Só se tem 30 anos uma vez na vida e se é para mostrar alguma coisa que seja agora". O entrevistador pede-lhe então uma comparação com a Ballet Rose: "Não sei bem como mundaram as mentalidades, mas espero que tenham evoluído. Quanto às duas produções, apesar de serem ambas ousadas, as roupagens são completamente diferentes e a linguagem de Jura é mais atrevida".
Já Francisco Penim, director de programas da SIC, sobre o destaque dado ao sexo na nova telenovela, esclarece: "É uma aposta nossa, estas cenas fazem com que mais gente veja a série".
Temos finalmente a absoluta garantia de Teresa Guilherme: "Eu não faço telenovelas pornográficas".
Com estes educadores do povo estamos garantidos. Não haverá nada a fazer? Uma proposta aos cidadãos para que não liguem a SIC na hora da educação sexual? Ou uma condecoração pelo grande esforço educativo a pessoas tão dedicadas à causa pública, como as que acabei de referir?

E boa noite a todos. Amanhã, se não houver ordens em contrário, vou passar mais uma semana no Hospital.

3 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

Para mim as telenovelas funcionam mais ou menos como um "compensam" (não sei se é esta a ortografia correcta), ou seja, não faz mal, não resolve mas alivia. Há uma ou outra telenovela que acompanho, mas estou dois ou três dias sem ver e retomo o fio à meada com a maior das facilidades. Portanto, olho para aquilo como algo inócuo. No entanto, relativamente a essa "Jura" sinceramente ainda não vi um único episódio inteiro mas apenas uma cena ou outra quando ando às voltas pelos canais. Não gostei, não achei graça às cenas que foram usadas para a publicidade e fico com a impressão que alguém deve andar com a idéia que se não houver "cenas de sexo" atrevidas, não se vende o produto. Educação sexual? Bom eles colocam lá uma bolinha a dizer "16" mas nem para essa malta aquilo deve ser muto interessante. Concluo eu que vale tudo em guerras de audiências mas duvido que consigam ganhá-la (a minha esperança é que as pessoas são muito mais adeptas do tal compensan).

27/9/06 20:22

 
Blogger Zé Dias disse...

No dia em que saí do Hospital, enquanto esperava pelos papéis do médico, recortei esta informação no jornal Record: "Na primeira semana, nas telenovelas "Jura" e "Tempos de viver" houve 33 cenas de sexo, 22 de nus, 87 tríções e 24 propostas sexuais" (28.Set.06, p. 47).

3/10/06 08:39

 
Anonymous Anónimo disse...

E depois queixam-se que os nossos jovens não prestam. Com tais «professores» não admira que muitos se desorientem.

4/10/06 17:43

 

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