divórcio ou casamento eterno?...

2009-02-08

HelderCâmara


Fez ontem cem anos que nasceu D. Hélder da Câmara e a 28 de Agosto fará dez anos que morreu. Era o décimo primeiro filho de um maçom e de uma professora primária.
Ficou muito conhecido pela sua atenção aos mais desfavorecidos e pelo seu amor a uma Igreja cada vez mais fiel a Jesus Cristo e aos homens e mulheres de hoje.

Para um país como o nosso em que a cidadania não saiu do inverno e o medo de lutar pela justiça e pelo amor parece ser uma regra de ouro, Hélder da Câmara é um modelo a seguir.

Já padre, teve um papel de intervenção social no mínimo notável. Para apoiar os operários fundou a Legião Cearense do Trabalho. Mas não esqueceu os mais esquecidos: por exemplo, para as lavadeiras e empregadas domésticas criou a Sindicalização Operária Feminina Católica; por uma habitação digna para os moradores das favelas, fundou a Cruzada São Sebastião; para os que viviam em condições muito difíceis criou uma espécie de banco de microcrédito, o Banco da Providência.

Foi um forte opositor à ditadura militar do Brasil, lutando contra o seu regime ditatorial e defendendo acerrimamente os direitos humanos.

Dentro da Igreja, esteve entre os fundadores da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). Na sua diocese criou a Comissão Justiça e Paz e apoiou as comunidades de base.
Para lá da sua acção importante no Concílio, foi um dos promotores do “Pacto das Catacumbas”, assinado por cerca de 40 bispos, no dia 16 de Novembro de 1965, nas catacumbas de Diomitila, depois de terem celebrado a Eucaristia. Cada um dos presentes assumiu o compromisso de viver pobre, rejeitar as insígnias, símbolos e privilégios do poder e de colocar os predilectos de Deus no centro de seu ministério episcopal, explicitando assim a evangélica opção pelos pobres.

Finalmente, para os dias de hoje, seria bom que retivéssemos o seu lema episcopal: “esperar contra toda a esperança” 8Rom 3,18).

Penso que estes dados biográficos deviam ser distribuídos e meditados por todos especialmente os cristãos: intervenção cívica na defesa da justiça e da solidariedade; opção prioritária pelos mais pobres não só pela palavra mas sobretudo através de iniciativas concretas.
Dentro da Igreja, procurou abri-la ao mundo, apoiou o diálogo com a sociedade, estimulou a participação de todos, propôs que a Igreja vivesse sem ostentações, recusasse os privilégios e se abrisse sobretudo aos mais pobres.

Foi um profeta, uma espécie em vias de extinção na nossa Igreja.

1 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

Este comentário foi removido pelo autor.

11/3/09 16:16

 

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