divórcio ou casamento eterno?...

2006-03-03

Direito à blasfémia

Pulido Valente insurge-se contra as palavras do Cardeal patriarca que iriam no sentido de recusar o direito à blasfémia.
Como crente, a blasfémia aparece-me como uma grave calúnia dirigida contra alguém que muito amo e até que dá sentido à minha vida. Não quero discutir se é ou não legítimo o direito à blasfémia, até como expressão da liberdade de expressão. Mas fazendo o paralelismo com a calúnia, ocorre-me perguntar: será que em nome da liberdade de expressão posso caluniar, por exemplo, Pulido Valente ou a sua mãe ou outra pessoa que lhe seja muito querida?
Será que a liberdade de expressão permite tudo? Que espaço sobra para o respeito pelo outro, para o respeito para as mundividências do outro? Não corremos o risco de cair em fundamentalismoa ateus, que podem tornar-se tão graves e gravosos quanto os fundamentalismos religiosos?

4 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

Por acaso é uma questão que já anteriormente me tinha ocorrido, nomeadamente quando em diversas situações se ouvem as vozes públicas defender tudo em nome da liberdade de expressão. O meu direito de liberdade confere-me o direito a tudo mas a tudo que vai até onde? Talvez até ao limite da minha responsabilidade ou, dito de outra forma até ao início da liberdade do outro. Não é normalmente a nossa prática porque os nossos direitos são infinitos e os dos outros só podem ir até onde não esbarrem com os nossos. E cada vez mais esta confusão ou conveniência ou impunidade se instala numa civilização que se diz civilizada. Em nome das mães de quaisquer "Pulidos Valentes", elas não mereciam ter estes filhos.

3/3/06 19:34

 
Blogger xana disse...

como está, Zé Dias?
Deixo um abraço amigo.

5/3/06 21:37

 
Blogger Zé Dias disse...

Estou bem. Só preciso de cuidar da preparação física para ultrapassar esta etapa.
Obrigado, Xana, pela forçinha...

O problema da liberdade é muito complicado, porque não sabemos lidar muito bem com ela. Ou a absolutizamos e esquecemos a solidariedade e o respeito pelos direitos e a dignidade do outro, sobretudo quando ele é diferente; ou por medo prescindimos dela em favor de quem nos dê segurança. E o medo abre espaço a ditaduras de todo o tipo.
Por isso o modo como lidamos cm a liberdade dá a medida da nossa cidadania.

6/3/06 14:52

 
Blogger xana disse...

de nada, Zé Das. Ainda bem que estás a ficar bem.

6/3/06 17:08

 

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