divórcio ou casamento eterno?...

2007-01-13

CV (30) "Jesus cai pela primeira vez"

Finalmente arranjei oportunidade para vir cumprimentar os meus amigos e fazer mais uma pequena crónica.
Há exactamente um mês que comecei o meu quarto ciclo de tratamento.
As duas semanas anteriores tinham sido uma maravilha. Fiz a minha vida quase normal. Animei um colóquio no Dolce Vitae, aconteceu a apresentação do meu livro, escrevi três artigos, participei em três reuniões na paróquia, avancei no meu comentário pessoal sobre o concílio Vaticano II com dois pequenos "estudos" sobre a Lumen Gentium e sobre a Dignitatis Humanae. Do ponto de vista físico voltei a levar a minha mãe à reabilitação. E até fiz várias vezes a comida em casa. Desde que começara o tratamento nunca fizera tanta coisa útil em igual intervalo de tempo. E não me senti especialmente cansado.
Começado o tratamento ia cheio de genica, pensava eu. Mas... não foi assim.
Tentei descobrir algumas justificações para tal (in)sucesso.
Um contributo pode ter sido dado pelo facto de os dois primeiros tratamentos deste ciclo terem tido apenas um dia de intervalo e recuperação.
É bem possível que o corpo já esteja um pouco saturado destas doses cavalares e a falta de intervalo tenha agudizado o seu comportamento.
Mas penso que foi mais uma "ilusão inconsciente": depois de ter passado as duas semans que já descrevi é bem possível que inconscientemente me tenha convencido que afinal estava em boa forma e que o meu organismo ia sempre reagir bem. Esta psicosomatização ou somatopsicozação apanhou-me desprevenido...
Objectivamente não me senti mais enjoado do que é costume (embora tenha continuado a ter muita dificuldade em comer no hospital!) mas tive realmente uma reacção de fraco nível anímico.
Senti-me a viver um pouco a primeira queda de Jesus a caminho da Calvário. E nas duas semans que se seguiram de recuperação, precebi que o organismo não estava reagir bem. Por isso, não estranhei que a hemoglobina estivesse quase a meio gás (por isso tive de levar duas unidades ) e que as plaquetas estivessem a quase a um terço, o que me deu direito a vir mais uma semana para casa a fim de poder retomar valores mais normais.
Neste momento, sinto-me quase bem visto de fora; amnhã irei fazer análises e logo se verá se se confirma a minha recuperação.
Se assim for, aí vou para terceira parte deste ciclo. Sinto-me com melhor disposição.
Mas esta baixa colocou-me alguns problemas espirituais, concretamente que tipo de comunhão sou capaz de estabelecer com Jesus Cristo sofredor no momento de maior sofrimento? Mas essa é uma reflexão que quero partilhar num próximo comentário.

1 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

Ha fallecido el Señor Waldemar Deseado da Cunha Porto, padre de nuestro Compañero Paulo Cunha Porto (Blog Calma Penada, Blog O misántropo enjaulado). D.E.P.

20/1/07 15:33

 

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