Bom ano
Depois de quase dois meses de silêncio, aqui estou eu a desjar que este ano que aí vem seja par todos um ano de efectiva participação na construção do nosso país, da Europa e de um mundo onde todos tenham espaço e oportunidade para viver com dignidade e para dar o seu contributo indispensável a um futuro melhor.
O Dalai Lama esteve entre nós e foi ignorado pelo Governo e pelo Presidente da República. De pouco valem as "óbvias" desculpas destes órgãos de soberania, pois é óbvio que não o receberam porque ele está ligado ao Tibete e considerar o Tibete é incomodar a China. Mas sejamos claros: a maioria dos portugueses, mesmo dos que defendem a "prioridade primeira" dos direitos humanos e dos povos, lá no fundo não têm dúvidas: os interesses nacionais (económicos, entenda-se) devem ser considerados à frente da defesa dos direitos humanos.
Como critão tive pena que o Dalai Lama não tivesse sido recebido na Catedral como foi na Mesquita. Afinal o nosso ecumenismo (cristão) não parece ser tão aberto nem tão sério como se pretende fazer crer. Não bastam palavras, que já convencem ninguém, mas gestos.Para que haja ecumenismo a sério é necessário um diálogo franco, um respeito tolerante pelas outras religiões e um serviço humilde à Verdade que não é propriedade de ninguém. As autosatisfações religiosas são um perigo para o ecumenismo e podem converter-se em exercícios idolátricos.
1 Comentários:
O Dalai Lama incomoda-nos a todos e, possivelmente, o grau de incomodidade aumenta com o poder e o grau de responsabilidade que cada um detém. Daí que, incrivelmente, se fez de conta que ele não esteve ou se deram desculpas esfarrapadas. De facto, a Verdade e a simplicidade incomodam muito mais que a mentira e a hipocrisia.
26/9/07 03:47
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