divórcio ou casamento eterno?...

2007-10-12

Prémio Nobel da Paz

A atribuição deste Prémio a Al Gore é bem possível que seja uma crítica pública e institucional à política energética do Bush.
Mas, seja ou não, congratulo-me muito com a decisão tomada, sobretudo porque os fortíssimos lobbies da energia nuclear e das "petroleiras" (que, "por causa das moscas" começam também a investir nas energias renováveis) têm tudo feito para convencer a opinião pública de que a acção humana nada tem a ver com estas minudências de buracos de ozono ou aquecimento global. Acabei de ler um livro (de Claude Alègre) que chama palhaço a Al Gore e depois lá vem a defesa acérrima da energia nuclear. A tese dele ainda por cima é muito atraente: vamos continuar a viver bem e fazer da ecologia (a ecologia dele, naturalmente) o motor do progresso. E utiliza como argumentos, e bem, certos exageros ecológicos, como a psicose do amianto que levou a UE a quase destruir a sua sede em Bruxelas.
É evidente que os mecanismos reguladores da atmosfera e dos vários ciclos da água, do carbono, do ozono, etc., são extremamente complexos. Também podemos argumentar que a Terra tem sobrevivido a muitas crises (o que não é o mesmo que dizer que a vida humana teria sobrevivido a muitas dessas crises). Mas uma coisa é certa: Terra até ver só temos esta. Nunca como agora estamos a encharcá-la de poluintes de todos os tipos. Por tudo isto, ao menos que haja bom senso para se aplicar o princípio da precaução.

Para recordar o Concílio, vou iniciar uma série de citações dos seus documentos. Para hoje, uma das mais conhecidas; mas que por isso mesmo vale a pena ser relida pausadamente de modo a evitar a usura que a rotina fez dela:
As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo; e não há realidade alguma verdadeiramente humana que não encontre eco no seu coração. Porque a sua comunidade é formada por homens, que, reunidos em Cristo, são guiados pelo Espírito Santo na sua peregrinação em demanda do reino do Pai, e receberam a mensagem da salvação para a comunicar a todos. Por este motivo, a Igreja sente-se real e intimamente ligada ao género humano e à sua história (GS 1).

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