CV (36) A casa que me trata maltratando-me
Lá voltei àquela casa que já conheço bem.
Também já conheço muita coisa do que provavelmente me vai acontecer.
O ter ideia do que me vai acontecer teve dois efeitos em mim. O primeiro é que devia preparar-me melhor, no sentido de me ter estimulado a imaginação para inventar formas de melhor resistir a algumas pressões que irei sentir. Aqui o que falha é a minha fraca criatividade e também a minha falta de elasticidade (será dos 65 anos!?!?) para me adaptar a algumas soluções relativamente simples. Mas não vou angustiar-me com estas minhas limitações, pois cada um de nós tem as suas, embora pensemos sempre que as nossas são as piores. O segundo é que corro o risco de antever, de modo exagerado, situações que não são tão dramáticas como issoposso. Aqui o meu problema é que sou globalmente optimista e localmente pessimista.
Daí que eu chame à Ortopedia B "esta casa que me trata maltratando-me". Ou, numa versão mais optimista "esta casa que, maltratando-me, me trata".
Mas, como diz o meu médico, já vimos que este tratamento deu resultado. portnato, não há azão para ser pessimista. E vai tudo correr bem.
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