divórcio ou casamento eterno?...

2008-01-17

lei do tabaco (2)

Peante a avalanche de acontecimentos mediáticos, que nos têm atropelado nestes últimos dias, a lei do tabaco vai já a milhas. Este ambiente alienante onde tudo rapidamente se esquece, numa sociedade sem grande consciência cívica e quase nula capacidade de didadania, permite o desenvolvimentos de riscos e ameaças que se não são cortados cerce logo no início podem conduzir a situações graves futuras.

Depois do meu anterior comentário, pessoa amiga fumadora, deu-me a ler um dos muitos artigos, neste caso de um fumador. Este artigo (do M. Esteves Cardoso?) levanta algumas questões interessantes, nomeadamente quanto à dificuldade dos fumadores "sobreviverem" nos locais de trabalho. Em conversas que fui tendo, choquei com uma questão em que nunca pensara: como vai dar-se, na escola, a convivência dos professores já que os fumadores deixam de ter espaço, mesmo no interior do seu carro, para fumar? ou nos hospitais? ou nos serviços públicos?
De qualquer modo, para o autor do artigo trata-se, como para muitos fumadores, de um mero problema de liberdade.
Ora a liberdade é um conceito que aqui ajuda pouco. Porque é um conceito relativo: a minha liberdade acaba não onde eu quero ou desejo, mas onde começa a liberdade do outro. Por aí penso que não se irá muito longe...

O problema pode ser muito mais sério do que as potenciais ameaças à liberdade. É que já começa a haver exemplos discretos da violação ou potencial violação de direitos fundamentais. Segundo li, a TAP no recrutamento de hospedeir@s coloca como terceiro critério ser ou não fumador, a Unicef não contrata fumadores, o Serviço Nacional de Saúde inglês dá prioridade aos não fumadores. Ora isto é inaceitável. Uma coisa é tentar regular, melhor ou pior, o exercício de fumar; outra é retirar direitos fundamentais por causa da qualidade de fumador.
Para além disso, a saúde é um âmbito onde os fundamentalismos facilmente ganham raízes. É bom,pois, que todos, fumadores e não fumadores, estejamos muito atentos a possíveis interpretações, que facilmente deslizam para abusos e rapdamente caem em violações dos direitos humanos.
E aqui estamos todos do mesmo lado da barricada. Melhor, deveríamos estar.

2 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

"como vai dar-se, na escola, a convivência dos professores já que os fumadores deixam de ter espaço"

Mas que questao ridicula. Fumar um cigarro demora 5 minutos. Vao "la fora" e fumem-no. Nunca vi tanta barulheira criada por uma lei tao simples. Vivo na California ah montes de anos, onde nao se pode fumar dentro de recintos publicos e fechados, e niguem tem estas questoes parvas. Os fumadores vao ah rua e fumam os seus cigarros, e ninguem se queixa. Mas ninguem mesmo, e tenho varios amigos fumadores. Apenas vao e fazem aquilo que sabem que devem fazer e prontos. So nesse pais, cheio de "bebes" e queixinhas eh que que se faz tanta choradeira por causa de uma regra tao obvia...

23/1/08 19:51

 
Blogger Zé Dias disse...

Fiz esta referência porque vários professores se queixaram em conversas que tive sobre esta situação.
Mas concordo com o rui brito sobretudo porque entre nós ninguém está disponível para mudar os hábtos mesmo que seja para bem de todos. Somos uma sociedade onde queremos tudo à nossa medida, onde não admitimos que se toque nos nossos privilégios a que chamamos "direitos adquiridos" e por aí adiante. Somos uma aociedade a meio gás, como aliás refirirei num comentário que espero fazer ainda hoje.
Não conheço os Estados Unidos, mas tenho lido sobre muitos países europeus onde esta lei não foi nenhum drama, mas...

28/1/08 22:51

 

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