Mundo louco
Finalmente, Olmert acabou com a sua medida, verdadeiro crime contra a humanidade, de cortar energia aos palestinianos. Bem sei que aquela região só parece saber a linguagem das armas, mas condenar uma sociedade civil a morrer de frio é uma atitude que me apetecia classificar de nazi, mas pela negativa: enquanto os nazis davam gás aos judeus para os matar; Olmert corta o gás para matar de frio os palestinianos.
Com os povos esquecem tão rapidamente as lições da história!
Li no Público que o New York Times, no obituário de Suharto, nas quatro páginas que lhe dedicou não encontrou espaço para recordar os seus massacres. Com a excepção de uma linha dedicada ao massacre dos timorenses, esqueceram-se dos cem mil presos políticos sem julgamento, logo no início do seu mandato, dos quinhentos mil a um milhão de indonésios assassinados, de um sexto da população da Papua Ocidental eliminada, para lá dos regulares massacres em Aceh. Depois há ainda os 30 mil milhões de dólares desviados das ajudas ocidentais para as suas contas privadas.
Foi ele um dos grandes responsáveis pelo desenvolvimento económico da Indonésia. Vários outros exemplos deste tipo se poderiam apontar o que pode levar à inaceitável conclusão de que só pode haver desenvolvimento, sobretudo nos países do Terceiro Mundo, regado pela violação dos direitos humanos.
E no entanto o desenvolvimento para ser autêntico não pode ser só económico, mas sim integral (da pessoa em todas as suas dimensões) e solidário (não discriminando nem excluindo ninguém, pessoas e povos).
Não é fácil, mas só assim será verdadeiramente humano.
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