Puxar pela cabeça
O nosso comodismo e mentalidade da subsidiodependência têm-nos criado muitos problemas. Enquanto a EU dava dinheiro a rodos a malta, de um modo general, pouco fez para se actualizar e renovar os seus métodos e instrumentos de trabalho. Isto aconteceu em todos os sectores: pescas, agricultura, transportes, etc..
E agora vêm as crises. Porque foi mais fácil meter o dinheiro ao bolso do que apostar na inovação e na criatividade.
Todos falam da crise nos têxteis, mas temos empresas a exportar e bem para o estrangeiro, em mercados exigentes. Falamos da crise do calçado, mas há empresas que exportam e bem. Veiram estrangeiros para o Alentejo e exportam vinhos de alta qualidade.
Muitos de nós nos interrogamos por que razão o peixe chega 17 vezes mais caro ao consumidor do que sai da lota. E sobretudo por que razão os pescadores se deixam roubar pelos intermediários. Por que não se associam e e garantem a distribuição. O mesmo se poderia dizer dos agricultores. Mas é mais fácil pedir subsídios ao governo, isto é, a todos nós, do que puxar pela cabeça e inventar soluções novas para tempos novos.
O editorial do DN de hoje traz dois exemplos que ilustram o muito que poderia ser feito. Passo a citar:
No Alentejo, a Carmin, Cooperativa Agrícola de Reguengos de Monsaraz, tomou a sábia decisão de subir na cadeia de valor ao adquirir uma empresa distribuidora. "Queremos estar mais próximos do consumidor final", explicou José Canita, o presidente da cooperativa.
Em Torres Novas, a Renova arranjou uma solução engenhosa para contornar o aumento do preço dos transportes. Ao retirar o ar das embalagens conseguiu dilatar em duas toneladas (de 5,3 para 7,3) a capacidade de armazenamento de cada camião.
Duas ideias que poderiam multiplicar-se por milhares.
E que poderiam estender-se a todos os âmbitos. Por exemplo, temos escolas exemplares e escolas desastrosas. No entanto, o quadro legal e administrativo é o mesmo. Onde está à diferença? Não será na criatividade e na capacidade de gestão de recursos humanos e técnicos dos conselhos directivos?
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