Conversões famosas
Os jornais de anteontem falavam da hipótese de Bush se converter ao catolicismo. O maior obstáculo seria a primeira dama Laura.
Bento XVI fez o seu trabalho, inclusive quebrando o protocolo. Diz-se que nunca, até agora, um Papa e um Presidente se teriam reunido nos jardins do Vaticano, gesto propositadamente aberto à comunicação social.
Não sei se esta conversão traz alguma mais valia à Igreja católica ou a Bush. Não é da minha conta e só Deus sabe.
Mas traz-me à memória um episódio que terá ocorrido há anos no Peru. Um director de um banco que, por meios pouco transparentes, abrira um buraco de 250 milhões de dólares prejudicando muitos dos seus clientes, decidiu casar-se e pediu ao cardeal de Lima para presidir à celebração na Sé. A resposta foi rápida e clara: “Não posso casá-lo, porque o senhor é um ladrão público. Quando o senhor repuser os milhões que retirou a tantos pobres, apareça!”.
Daqui que eu me atreva a fazer uma proposta a Bento XVI: que peça a Bush que faça um gesto público que mostre a sua seriedade. Por exemplo, que antes de acabar o seu mandato, destrua a prisão de Guantânamo, que é um dos exemplos mais diabólicos da negação dos valores evangélicos, porque aí as pessoas não são tratadas como pessoas que foram todas e cada uma criadas à imagem e semelhança de Deus.
Ora esta afirmação é um pilar estruturante da Igreja católica e terá de o ser para todos os que nela queiram entrar, mesmo que se considerem os donos do mundo, da lei e da moral.
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