divórcio ou casamento eterno?...

2008-06-04

Três dias na vida

Não sei quais os efeitos práticos em termos de prejuízos para as três principais “controleiras” da gasolina em Portugal nestes três dias de suposto boicote.
A campanha teve aspectos positivos: exercício de cidadania, pressão sobre as empresas, chamada de atenção para uma realidade que todos já sentem na pele mas não sabem muito bem o que fazer.
Mas tinha um aspecto bem negativo: deixava como alternativa meter gasolina noutras companhias. Isto é, apenas pretendia castigar aquelas três, em vez de propor que ficássemos três dias sem meter gasolina em lado nenhum.
As respostas que ouvi nalgumas reportagens são também significativas: para lá de um ou outro que por opção se recusava a meter (naquelas empresas) havia quem respondesse: “Hoje está um dia porreiro para dar uma volta”; “Sabe… pelo comodismo ara me deslocar…” Etc.
Ora a questão de fundo é mesmo esta. Não queremos prescindir dos nossos comodismos. E não há alternativas. O preço do petróleo nunca voltará aos preços antigos. Não é justo chatear os governos para alimentar preços artificiais. Temos mesmo é que mudar de viva. E a primeira e mais fácil é utilizar transportes colectivos e, para pequenas distâncias, andar a pé, o que só faz bem à saúde e à bolsa.
Claro que isto implica medidas quase radicais na melhoria dos transportes públicos (embora mesmo os que funcionam bem só agora comecem a ter mais alguns clientes).
Mas o problema está na nossa cabeça ou no nosso coração. E ainda não percebemos a contradição de querermos viver num mundo fundamentalmente construído na base do petróleo sem sofrer as suas consequências nefastas.
Por exemplo, já pensámos no que este nosso estilo de vida influencia as alterações climáticas – estações do ano subvertidas, excessos de chuvas e de tempo de seca, … - ou no aquecimento global?
Por exemplo, já pensámos que a guerra do Iraque tinha pouco a ver com de bombas de destruição maciça ou com o Saddam Hussain, mas muito mais com a necessidade que os Estados Unidos sentiam de controlar as zonas ricas do petróleo, um bem que eles bem sabem que vai começar a escassear ou a atingir preços incomportáveis?
Mudar de vida para mudar a qualidade de vida é a única alternativa válida.
Doloroso? Muito. Mas não temos grandes escolhas!

1 Comentários:

Blogger RH disse...

Farto dos aumentos dos combustíveis?

Ande de bicicleta!

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6/6/08 12:41

 

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