divórcio ou casamento eterno?...

2010-01-20

Força da Natureza

Ao olhar os terríveis efeitos do terramoto no Haiti muitos terão pensado nessa força bruta indomável que é a Natureza quando “perde as estribeiras”.
Esta ideia tem de positivo o facto de percebermos que ainda não dominamos a energia do nosso planeta (civilização de tipo I) e que dessa nossa limitação devemos tirar as devidas lições.
E as primeiras perguntas têm a ver com a prevenção. Sabemos que muitos sismólogos procuram formas de detectar atempadamente a erupção de um terramoto. Mas falo mais dos cuidados que deve haver na construção das nossas casa, mas também (ou sobretudo!?), das infraestruturas como hospitais, edifícios de bombeiros, centrais de comunicações, depósitos de água, estradas, pontes. Sobre isto até “basta” legislar e fiscalizar com rigor. E esta é uma das razões porque os sismos fazem muito mais estragos e vítimas em países pouco desenvolvidos do que nos desenvolvidos.
Mas simultaneamente há um trabalho mais difícil, que é educar as pessoas a saber o que fazer nestas circunstâncias, ajudá-las a manter a calma e serem capazes, cada um de nós, de assumir a solidariedade de vizinhança, a primeira e possivelmente única forma de socorro nas primeiras horas.

De qualquer modo, há coisas que não entendo. Todos, pelo menos os governantes sabem que vai haver sismos, embora não saibam quando. De qualquer modo, a nível mundial há zonas muito mais propícias a estes acontecimentos e não é difícil prever que de tempos a tempos, em intervalos relativamente curtos, num qualquer lugar do Terra haverá um sismo. Assim sendo, pergunto-me por que não há, sob coordenação da ONU, uma série de hospitais de campanha bem equipados, um conjunto de corpos de bombeiros e de elementos da protecção civil, serviços militares ou paramilitares para garantirem uma primeira segurança mínima, camiões e combustível com capacidade de resposta rápida em vários locais do planeta, por exemplo oferecidos pelos países que agora mandaram uma ajuda que se foi acumulando no aeroporto do Haiti?
E depois por que não se aplica a estes casos as logísticas e tácticas militares que desbravam terrenos difíceis, chegam a qualquer lado, não só com soldados, mas com alimentação, munições, armas pesadas, combustível, etc? O que se gasta em cada situação destas dava para preparar esta rede de pontos de apoio.

Finalmente não consigo imaginar a angústia da impotência de tantos voluntários que pass(ar)am dias no aeroporto de Port-au-Prince não só porque é difícil chegar aos locais mais atingidos mas sobretudo porque não há quem lhes garantae a segurança.

A Natureza tem muita força, mas os humanos muitas vezes tudo fazem para a potenciar em vez de a contrariar.

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