divórcio ou casamento eterno?...

2010-01-23

A Força do Homem

O terramoto no Haiti matou dezenas, centenas de milhares de pessoas, deixou muitos milhares de órfãos a juntar aos já existentes 200 mil.
É muita brutalidade junta, embora aconteça "só" de vez em quando.

Mas nós, os humanos, todos os dias e não só de vez em quanso, matamos milhares de pessoas não só por causa das guerras, planeadas e executadas por seres humanos e permitidas, por acção ou omissão, por outros seres humanos, mas ainda matamos mais à fome, tão fácil de resolver se nós quiséssemos, com as doenças, tão fáceis de debelar se nós quiséssemos, com o tráfico de pessoas para a prostituição ou para doação de órgãos, mais difícil de resolver, mas que poderia ser muito minimizado se nós quiséssemos.

Afinal a força do Homem é muito mais violenta do que a da Natureza, sobretudo porque acontece a toda a hora, ou para sermos mais excatos, a cada segundo, todos os segundos de cada minuto de cada hora de cada dia em longo de todo o ano, de todos os anos.

Seria tão bom que nós pensássemos e agíssemos coerentemente a respeito dos problemas da fome, da miséria, da marginalização neste Ano de Luta contra a Pobreza e a Exclusão Social. Bastava juntar a nossa força, maior que a da Natureza, para salvar milhares de vida e dar a dignidade e qualidade de vida mínimas a tantos que nunca serão pessoas em plenitude, exclusivamente por nossa culpa.

Somos bem mais brutos que a Natureza e parece que infelizmente bem se aplicam a nós as palavras de Camões:
“A nada disto o bruto se movia” (Os Lusíadas V,28).

4 Comentários:

Anonymous Josemy Barbosa da Silva disse...

vivemos em um mundo globalizado, onde as pessoas estão cada vez mais individualista, apesar da interatividade aprocimar as pessoas. Quando o mundo vive uma catastrofe como do Haiti, acende em nós uma chama, que Jesus nos ensinou, sobre: solidariedade, compaixão e misericordia, como seria bom que essa chama não só acendece só com tragédias como essa, quem sabe se um dia não possamos viver essa chama, pois assim tornaremos um mundo melhor

23/1/10 15:13

 
Blogger Zé Dias disse...

Caro Josemy
Seria realmente óptimo que não vivêssemos a solidariedade “aos soluços ” mas como estilo de vida, o que dificilmente acontecerá este mundo.
Mas também eu espero e acredito que pouco a pouco nos irmos aproximando dessa situação. Nesta caminhada, longa e difícil, os católicos têm uma especial responsabilidade, como tão bem explica Bento XVI, especialmente com a “justificação” da última frase: “Qualquer um que necessite de mim e eu possa ajudá-lo, é o meu próximo. O conceito de próximo fica universalizado, sem deixar todavia de ser concreto. Apesar da sua extensão a todos os homens, não se reduz à expressão de um amor genérico e abstracto, em si mesmo pouco comprometedor, mas requer o meu empenho prático aqui e agora. Continua a ser tarefa da Igreja interpretar sempre de novo esta ligação entre o distante e o próximo na vida prática dos seus membros. É preciso, enfim, recordar de modo particular a grande parábola do Juízo final (cf. Mt 25, 31-46), onde o amor se torna o critério para a decisão definitiva sobre o valor ou a inutilidade de uma vida humana. Jesus identifica-se com os necessitados: famintos, sedentos, forasteiros, nus, enfermos, encarcerados. «Sempre que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a Mim mesmo o fizestes» (Mt 25, 40). Amor a Deus e amor ao próximo fundem-se num todo: no mais pequenino, encontramos o próprio Jesus e, em Jesus, encontramos Deus” (DCE 15).

23/1/10 22:32

 
Anonymous Anónimo disse...

Conversa, conversa... Onde estava, Deus? Esse que é amor?

Ana S.

8/2/10 21:11

 
Blogger Zé Dias disse...

Ana, a sua questão merece mais que um simples comentário. Um dia destes vou responder-lhe numa das próximas "mensagens"

14/2/10 21:48

 

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