divórcio ou casamento eterno?...

2012-05-01

Desemprego uma violência insustentável



Para fazer do 1º de Maio não só uma festa que de festa pouco tem este ano, mas sobretudo uma ocasião para reflectir sobre a realidade que cada vez exige maior participação activa, empenhada e criativa de todos, a Comissão Diocesana Justiça e Paz acaba de publicar uma Nota, da qual enviou aos jornais um pequeno resumo que aqui deixo para os potenciais interessados. Quem quiser ler o texto integral pode encontrá-lo aqui.


Desemprego uma violência insustentável

A Comissão Diocesana Justiça e Paz acaba de publicar uma Nota, estruturada em três partes, intitulada “Desemprego e Confiança”, a qual aborda a situação atual, apresenta alguns princípios basilares e faz algumas sugestões a todos os âmbitos da sociedade no sentido de contribuir para a superação ou melhoramento da atual crise.


Na primeira parte, tendo como fundo “uma explosiva falta de confiança” e uma sociedade globalizada que “nos torna vizinhos, mas não nos faz irmãos”, denuncia a escalada de desemprego que já castiga mais de um milhão de pessoas com todo o seu cortejo de dramas de todo o tipo que “se repercutem na nossa sanidade mental como pessoas e como sociedade”.

Na segunda parte, defende a urgência de uma nova Mentalidade, destacando “alguns princípios da Doutrina Social da Igreja, cujo não cumprimento está na base das principais causas da crise”: a centralidade da pessoa, o bem comum e o conceito de trabalho.
A prioridade tem de ser sempre dada à pessoa e deve ser considerada a referência última e irrenunciável em qualquer ordenamento social. “Dar a prioridade à pessoa exige políticas económicas com o objetivo de criar o maior número de empregos, garantir a transparência, sem privilegiar nem excluir ninguém dos bens e dons que são de todos, regular a repartição segundo uma justa proporcionalidade das dificuldades, recusar a tão gravosa economia paralela.”
Tendo como objetivo o pleno desenvolvimento integral (da totalidade da pessoa) e solidário (de todas as pessoas), o bem comum não pode, portanto, reduzir-se à “mera soma dos interesses particulares, mas implica a sua avaliação e composição feita com base numa equilibrada hierarquia de valores e, em última análise, numa correta compreensão da dignidade e dos direitos da pessoa”.
Finalmente há que educar para a verdadeira natureza do trabalho. Por um lado ele é não é apenas um meio de subsistência; é também vocação, pois é indispensável à realização plena da pessoa; é criação, porque todo o trabalhador, todo o que realiza uma qualquer atividade humana, é criador, construtor de algo; é o meio concreto para que todos recebam a parte que lhes cabe por serem cidadãos mas também para que todos contribuam para o enriquecimento material e espiritual da humanidade. Por outro lado é um instrumento ao serviço da pessoa: “a dignidade advém à pessoa não do tipo de trabalho que realiza, mas do modo responsável e amoroso como o executa, por mais ‘humilde’ que seja”. 

A terceira parte deixa várias sugestões não só a nível da sociedade em geral, mas também dos governantes e legisladores, empresarial, sindical, bancário e da legislação laboral. Aponta para a necessidade de reconquistar a Confiança, afirmando o Direito a uma informação verdadeira e necessidade de responsabilizar os culpados.

Conclui com um apelo a um colaboração leal e honesta de todos os agentes sociais, a uma “confiança coletiva inabalável e por uma vontade decidida e inquebrantável” para uma eficaz construção do futuro e sobretudo um esforço da conversão pessoal em mentalidade e nos comportamentos de cada um de nós sem o qual nenhuma mudança ganha raízes. É indispensável que “cada um procure examinar-se para ver o que é que já fez até agora e aquilo que deveria fazer”.

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