divórcio ou casamento eterno?...

2006-03-24

Arte nobre e difícil

De acordo com uma sondagem do The Sunday Telegraph 73% acham que o governo de Blair é "tanto ou mais corrupto" que o de John Major, seu antecessor. Contudo os trabalhistas estão 3 pontos a frente dos conservadores.
Será que estes resultados significam que dos políticos já nada há a esperar? que se trata de gente sem dignidade nem moralidade públicas?
Todos sentimos que talvez a classe política nunca tenha caído tão baixo.
É certo que a era dos grandes líderes já passou. Hoje, onde estão eles? E porquê esta crise de liderança?
Mas serão os políticos os únicos culpados?
Primeiro: a maior parte são realmente corruptos ou indignos ou estes são um pequena minoria?
Segundo: terá o cidadão consciência da dificuldade que é hoje governar e dos compromissos que têm de ser feitos de modo a que os princípios em que efectivamente se acredita possam ser convertidos em realidade?
Terceiro: será que os cidadãos estão disponíveis para dar o seu contributo para a construção de uma sociedade mais justa e para isso aceitar alguns sacrifícios?
Quarto: não queremos nós os cidadãos comuns ter todos os problemas resolvidos rapidamente incapazes de cultivar a paciência democrática reconhecendo que "Roma e Pavia não se fizeram num dia"?
Quinto: será que nós próprios, os cidadãos não "políticos, não contribuímos para esta atmosfera de descrença, desconfiança, desilusão que torna o exercício político ainda mais dificil?

1 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

Aqui colocas várias questões, ou melhor, o somatório de alguns problemas, como sejam: a cidadania. O que é o dever de um cidadão? Que consciência temos desse dever? Como o exercemos? A nossa tendência de criticar, de dizer que está mal, de reprovar e muito pouco de construir. Eu penso que os portugueses estão na fase de que mais gostam - a desgraça acontece e nós choramos, gritamos, mas pouco mais fazemos e pensamos que, mesmo assim, já fizemos muito.Somos passivos e não pacientes e só por isso é que deixamos cair-nos no charco sem percebermos que, afinal, não fizemos nada. Falta-nos alguma garra, alguma "revolta", alguma intolerância à perda.

24/3/06 18:14

 

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