divórcio ou casamento eterno?...

2006-05-17

Certeza da incerteza

Bom dia a todos.
Depois de um longo interregno, em que andei sobretudo a tratar da minha vida, vou voltar com outra regularidade. Estas três semanas de exames e opiniões médicas não coincidentes sobre a evolução da minha situação deixaram-me uma certeza: a certeza da incerteza.
Pensei, num primeiro momento, que se tratava de uma situação excepcional. Mas pensando bem, esta é a nossa condição de mortais. A nossa vida afinal é feita de incertezas: o que me irá acontecer ao virar da esquina? como acordarei amanhã? acordarei sequer?
Mas estas incertezas não podem nem devem impedir-nos de fazer projectos, olhar o futuro como a tarefa a desempenhar, etc..
Portanto estou vivo e estou normalmente vivo com um ligeiro abaixamento no grau de incerteza.
A minha reacção a este abaixamento passou por várias fases:
1) continuar como dantes;
2) aproveitar para fazer coisas que gostava de fazer mas acabava sempre por não fazer por causa da sobrecarga de compromissos;
3) acabar projectos em curso (por exemplo, estas três semanas foram muito passadas a pôr em dia parte de uns apontamentos pessoais, anotados ao longo da vida, de cerca de mil páginas, sobre a opção pelos pobres na Igreja desde o Antigo Testamento até aos nossos dias);
4) finalmente continuar como dantes sem descurar os projectos sucessivamente adiados (alínea 3)). É nesta fase que me encontro, e bem.
Portanto aqui estou cheio de vontade para continuar a ser útil e a gostar de viver a certeza das incertezas que é a nossa vida.

3 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

Será mesmo necessário acontecer algo que nos «toque» profundamente para enfrentarrmos a certeza de que todos vivemos na incerteza. Apesar de tudo, é possível viver como se não fôssemos eternos. Mas... é muito difícil.
Força... para continuares a mostrar como ela pode existir dentro de cada um de nós.

19/5/06 03:04

 
Blogger Zé Dias disse...

Não sei donde nos virá essa sede de eternidade, já que olhando à nossa volta nada é eterno: nem a terra, cuja história geológica o mostra bem, nem as sociedades, nem as empresas, nem as plantas, nem os animais. Tudo tem um começo, um desenvolvimento e um termo. Para um crente como eu é lógico "exigir" a existência de um qualquer Além onde essa sede possa ser saciada.
Será racionalmente um exagero? Talvez não... além de que há mais vida, e de qualidade, para lá da razão.

24/5/06 09:26

 
Anonymous Anónimo disse...

comungo inteiramente com a tua forma de encarar a vida. Nada a temer. 1 abraço
AS

28/6/06 08:56

 

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