Justiça para os pobres
Três juízes desembargadores da relação do Porto depois de, imagino, longas horas de reflexão decidiram obrigar ir a julgamento uma mulher que tinha roubado 4 queijos para matar a fome, apesar de um juiz de Matosinhos ter dado o caso por insignificante e irrelevante e o supermercado ter perdoado à senhora faltosa.
Realmente esta decisão, digna de juízes desembargadores, só numa república das bananas.
1) Será que três desembargadores - TRÊS - não têm mais nada para fazer?
2) Já na Idade Média tinha havido um debate para decidir se roubar para comer era ou não pecado e que tipo de pecado. A conclusão tirada há cerca de 7 séculos é que roubar para comer não era pecado. O Concílio Vaticano II recorda tal norma (tão natural e evidente, já que o primeiro direito é o de viver) com uma afirmação que poucos gostam de recordar: "Qualquer pessoa em extrema necessidade tem o DIREITO de tomar das riquezas dos outros o necessário para si" (GS 69). Pelos vistos há juízes que ainda não passaram da Idade Média.
Realmente esta decisão, digna de juízes desembargadores, só numa república das bananas.
1) Será que três desembargadores - TRÊS - não têm mais nada para fazer?
2) Já na Idade Média tinha havido um debate para decidir se roubar para comer era ou não pecado e que tipo de pecado. A conclusão tirada há cerca de 7 séculos é que roubar para comer não era pecado. O Concílio Vaticano II recorda tal norma (tão natural e evidente, já que o primeiro direito é o de viver) com uma afirmação que poucos gostam de recordar: "Qualquer pessoa em extrema necessidade tem o DIREITO de tomar das riquezas dos outros o necessário para si" (GS 69). Pelos vistos há juízes que ainda não passaram da Idade Média.
3) Pobre de quem é pobre. Fosse a senhora um dos arguidos no Apito Dourado e tivesse ela oferecido os serviços de prostitutas encartadas teria sido certamente absolvida. Agora roubar quatro queijos e ainda por cima para matar a fome, isso realmente é inaceitável num Estado de direito, onde uma norma constitucional devia, no mínimo, proibir que alguém passasse fome.
4 Comentários:
Provavelmente esses senhores amanhã farão um donativo para os pobrezinhos de um qualquer país e... terão um desconto no IRS. Apetece-me lembrar o poema de Armindo Mendes de Carvalho "OS POBREZINHOS»:
Os pobrezinhos
tão engraçados
pedem esmolinha
com mil cuidados
Todos sujinhos
e tão magrinhos
a linda graça
dos pobrezinhos
De porta em porta
sempre rotinhos
tão delicados
os pobrezinhos
Não façam mal
aos pobrezinhos
Dêem-lhes pão
e uns tostõezinhos
Os pobrezinhos
tão engraçados
pedem esmolinha
com mil cuidados"
Ouaquele outro do Ruy Belo: «Soneto do supersensenvolvido»
"É tão suave ter bons sentimentos
consola tanto a alma de quem os tem
que as boas acções são inesquecíveis momentos
e é um prazer fazer bem
Por isso se no verão se chega a uma esplanada
sabe melhor dar esmola que beber a laranjada
Consola mais viver assim no meio de muitos pobres
que conviver com gente a quem não falta nada
E ao fim de tantos anos a dar do que é seu
independentemente da maneira como se alcançou
ainda por cima se tem lugar garantido no céu
gozo acrescido ao muito que se gozou
Teria este (se não tivesse outro sentido)
ser natural de um país subdesenvolido"
Provavelmente, esta senhora não foi considerada, por aqueles ditos senhores, uma pobrezinha!!!
19/5/06 03:17
Há coisas que ninguém percebe e essa é uma delas. Gastar tempo e dinheiro no julgamento de casos destes é pelo menos ridículo.
21/5/06 12:07
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