Aborto. 6: Pluralismo
Num dos comentários anteriores, coloquei uma questão, que merece um esclarecimento.
A resposta ao referendo pode ser sim ou não mesmo para os católicos porque não põe em questão o núcleo duro da fé.
Um dos problemas mais confusos para muitos católicos é o desconhecimento de que há uma hierarquia de verdades. Isto é, nem todas "valem" o mesmo.
O que um católico efectivamente não pode pôr em questão é o núcleo duro, que está compendiado no Credo.
Naturalmente que depois há círculos concêntricos cada vez mais alargados cujo grau de adesão é crescentemente menos exigente e onde o papel da consciência de cada um tem um papel fundamental, como aliás na aceitação ou não do núcleo duro. Até porque ninguém é obrigado a ser católico para se salvar. Os caminhos da salvação são múltiplos e os mais diversificados e só Deus os conhece.
Claro que, como disse no referido comentário, cada um deve ter o cuidado de formar adequadamente a sua consciência, sobretudo quando se diz "aderente" a uma crença ou a uma religião.
Mas cada um de nós, mesmo quando entra na Igreja é convidado a tirar o chapéu não a cabeça.
Neste refrendo é importante que não se confundam as coisas e se respeite a liberdade que a fé deixa a cada um.
2 Comentários:
Governo deve tomar medidas em vez de pedir ao povo a solução
Não !
Não à legalização do aborto através da falsa bandeira (engodo) da despenalização !
A despenalização do aborto é outra forma enganadora de combater o aborto. O número de interrupções de gravidez, no mínimo, triplicará (uma vez que passa a ser legal) e o aborto clandestino continuará - porque a partir das 10 semanas continua a ser crime e porque muitas grávidas não se vão servir de uma unidade hospitalar para abortar, para não serem reconhecidas publicamente.
O governo com o referendo o que pretende é lavar um pouco as mãos e transferir para o povo a escolha de uma solução que não passa, em qualquer uma das duas opções, de efeito transitório e ineficaz.
Penso que o problema ficaria resolvido, quase a 90 %, se o governo, em vez de gastar milhões no SNS, adoptassem medidas de fundo, como estas:
1 – Eliminação da penalização em vigor (sem adopção do aborto livre) e, em substituição, introdução de medidas de dissuasão ao aborto e de incentivo à natalidade – apoio hospitalar (aconselhamentos e acompanhamento da gravidez) e incentivos financeiros. (Exemplo: 50 € - 60 € - 70€ - 80€ - 90€ - 100€ - 110€ - 120€ -130€, a receber no fim de cada um dos 9 meses de gravidez). O valor total a receber (810€) seria mais ou menos equivalente ao que o SNS prevê gastar para a execução de cada aborto. (*)
2 – Introdução de apoios a Instituições de Apoio à Grávida. Incentivos à criação de novas instituições.
3 – Introdução/incremento de políticas estruturadas de planeamento familiar e educação sexual.
4 – Aceleração do "Processo de Adopção".
(*) Se alguma mulher depois de receber estes incentivos, recorresse ao aborto clandestino, teria que devolver as importâncias entretanto recebidas (desincentivo ao aborto). [Não sei se seria conveniente estabelecer uma coima para a atitude unilateralmente tomada, quebrando o relacionamento amistoso (de confinaça e de ajuda) com a unidade de saúde].
Estou para ver se os políticos vão introduzir, a curto prazo, algumas deste tipo de medidas. É que o povo, mais do que nunca, vai estar atento à evolução desta problemática.
8/2/07 15:28
todo o cristão verdadeiro é a favor da vida.
9/2/07 19:43
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