Yes, we can
Esta vitória de Obama mostra um dos motes de campanha do vencedor: a América é capaz de mudar. Mais, para Obama, “o verdadeiro génio da América é a sua capacidade para mudar”. Há tão poucos anos (em termos históricos) que os negros eram segregados, marginalizados, atirados para a periferia. E agora elegem um presidente negro! Quantos países seriam capazes de escolher para presidente um membro de uma minoria étnica? Um dos correspondentes da nossa TV contava que um negro lhe dissera que ele não era capaz de compreender o significado desta vitória. Porque era europeu? Não. Porque era branco? Mas porque não era preto.
Mas esta vitória significou também a vontade de alguém que tinha um sonho que definira há quatro atrás ao dizer que queria ser uma ponte entre brancos e negros, entre estados vermelhos e azuis, entre liberais e conservadores, para voltar a reunir a América. Pois “não existe uma América liberal ou uma América conservadora - existem os Estados Unidos da América. Não existe uma América negra e uma América branca e uma América latina e uma América asiática - existem os Estados Unidos da América”.
Foi possivelmente este tratamento de igualdade para todos, independentemente da cor da pele ou de serem ou não minorias, que mobilizou tantos americanos: nunca a abstenção fora tão baixa.
Obama tem consciência dos muitos problemas imediatos: “duas guerras, uma planeta em perigo, a pior crise financeira desde há um século” e o “trabalho de refazer a América, tijolo por tijolo, quarteirão por quarteirão”, mas também a tarefa de "uma segurança comum para uma humanidade comum".
Mas também sabe que “o caminho à nossa frente vai ser longo. A subida vai ser íngreme. Podemos não chegar lá num ano ou mesmo num mandato. Mas, América, nunca estive tão esperançoso como nesta noite em como chegaremos lá”.
Apesar de ser um dos mais brilhantes alunos de Harvard, trocou as ofertas principescas de grandes firmas de advogados por um pequeno escritório dedicado aos direitos cívicos das minorias. É esta a força dos ideais que não se vende por dinheiro, que nos dá esperanças de que o mundo possa mudar um pouco com este homem, que apela a todos para “um novo espírito de patriotismo, de responsabilidade, em que cada um de nós resolve deitar as mãos à obra e trabalhar mais esforçadamente, cuidando não só de nós mas de todos”.
A tarefa, nacional e internacional, é enorme depois do legado de Bush. É bom que não se criem expectativas excessivas. Ninguém faz o que quer, mas o que pode. Mesmo o presidente dos Estados Unidos. Mas é bom que ele pelo menos tenha uma boa carta de intenções e procure ao máximo levá-la à prática.
Que Deus abençoe Obama!
1 Comentários:
Amen.
CG
6/11/08 23:17
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