Não podemos esquecer a Birmânia
Perante a brutalidade da ditadura militar da Birmânia, o que podemos fazer?
Certamente muito pouco, mas podemos ao menos não a deixar cair no esquecimento. Falar dela, criar opinião, pressionar os vários poderes a exercer a sua influência diplomática e económica. E será que não se está a viver uma situação que exija a aplicação do direito de ingerência por razões humanitárias?
Para já, podemos todos proclamar esta "oração pela paz em Mianmar" de autoria do P.e Joaquín Alliende, director espiritual da organização "Ajuda à Igreja que sofre", como um dos instrumentos de luta contra a indiferença e contra o silêncio (lembremo-nos de Timor Leste):
os crentes podem rezá-la porque sabem que quem é indiferente para com os irmãos é indiferente para com Deus e acreditam no valor da oração;
os não crentes podem recitá-la porque ela é um grito em defesa dos direitos humanos de toda quela gente.
Uns e outros, em nome da solidariedade e da justiça, temos a obrigação de não nos calarmos:
Oração por Mianmar hoje
Venha a Mianmar o vosso Reino.
Pai do Céu, vede hoje
esta nação ensanguentada
e protegei cada filho desvalido vosso.
O vosso braço poderoso paralise
os fuzis e os cruéis bastões.
Convertei os corações dos tiranos,
conservai pacífica e valente
a alma dos monges e de todos os que são perseguidos
por defender a liberdade e a justiça.
No vigor do Sangue inocente de Jesus,
estabelecei o respeito à vida
e à paz de cada habitante
dessa maravilhosa terra.
Que a Virgem Maria acompanhe e fortaleça
as mães, as viúvas,
os órfãos e todos sofredores.
Enviai o vosso Espírito Santo
para que, muito além do ódio e da morte,
os povos de Mianmar possam empreender
o caminho rumo à reconciliação verdadeira.
Não permitais, Pai,
que os nossos olhos se acostumem
à mentira e à violência do mundo.
Despertai as nossas consciências,
mostrai-nos a dignidade intrínseca
de cada ser humano,
e concedei-nos descobrir
a activa solidariedade
com nossos irmãos,
os oprimidos, discriminados ou perseguidos.
Ámen
Continuando a recordar o Concílio Vaticano II, aqui deixo mais uma citação
Afastam-se da verdade os que, sabendo que não temos aqui na terra uma cidade permanente, mas que vamos em demanda da futura, pensam que podem por isso descuidar os seus deveres terrenos, sem atenderem a que a própria fé ainda os obriga mais a cumpri-los, segundo a vocação própria de cada um (GS 43)
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