divórcio ou casamento eterno?...

2008-08-02

BISPOS (2)

Continuando...

3º - Portugal cristão
Carta Pastoral sobre A renovação da Igreja em Portugal na fidelidade às orientações do Concílio e às exigências do nosso tempo (7.10.1984)
Perante “a descristianização dos costumes, ambientes e instituições” (6), dada “a descristianização dos nossos dias” (23), perante “a tendência para a descristianização e consequente desumanização da vida nacional impõe-se o trabalho de recristianização das tradições familiares, ensino, legislação, moralidade pública, comunicação social” (32).
Tomando como ponto de partida: a descristianização dos costumes - a debilidade da fé, a baixa percentagem média de frequência da missa, a progressiva descristianização dos costumes, ambientes e instituições que enquadram a vida portuguesa (6); a descristianização dos nossos dias (23); a tendência crescente para a descristianização e consequente desumanização da vida nacional (32) - impõe-se com urgência a recristianização: “O trabalho de recristianização que se impõe com urgência deve incidir sobre os mais decisivos factores da cultura popular: as tradições familiares, o ensino, a legislação, a moralidade pública, a comunicação social" (32).

4º tempo: Diálogo com a sociedade pluralista
Aqui destacaria três momentos.

1. Jornadas de Reflexão Pastoral dos Bispos sobre "A religião: facto privado ou realidade pública? A Igreja numa sociedade pluralista" (3-6.Fev.1997)
Destaco algumas afirmações aí proferidas.
As Igrejas não têm hoje o monopólio de nada. Mas pelo clima de diálogo que forem capazes de criar no seu interior e no exercício da sua missão, poderão oferecer às sociedades de hoje uma riqueza incomparável. E têm obrigação de o fazer por fidelidade à própria missão (D. Manuel Madureira).
A Igreja é também peregrina da unidade. Ela não aparece, perante, o mundo numa atitude de quem atingiu a perfeição da harmonia que quer comunicar aos homens; também ela é caminheira da definitiva harmonia na medida em que se reveste progressivamente da plenitude de Cristo (D. José Policarpo).
Não cabe neste diálogo (com o homem moderno) a linguagem da condenação, da desconfiança, da suspeita mas sim do acolhimento, da descoberta das “sementes do Verbo” e das “pedras de apoio”, uma relação fraterna, cheia de amor, de compreensão e de respeito (D. António Marcelino).

2. Carta Pastoral sobre A Igreja na sociedade democrática (15.Maio.2000)
Reconhecemos que, apesar de a maioria dos portugueses se declararem católicos, não há total identificação entre a Igreja e a sociedade, nem em número, nem na maneira de encarar a vida. A Igreja vive e cumpre a sua missão no seio de uma sociedade cada vez mais plural, sendo ela própria enriquecida com uma significativa variedade de dons e expressões. O seu modo de contribuir para a evolução e para o progresso não é a busca do poder, mas o testemunho do serviço, a coerência e convicção na proclamação da verdade, a humildade para reconhecer as suas fraquezas, a abertura de espírito para aceitar dar as mãos a quantos lutam pela edificação de um mundo mais digno da pessoa humana. (5c)

Mais positivamente, a laicidade do Estado apareceu como exigência da pluralidade religiosa da sociedade. Favorecer a influência de uma confissão religiosa, em detrimento de outras, seria impróprio de um Estado democrático. Só pode ser esse o justo sentido da neutralidade religiosa do Estado: este não se identifica, nem depende, de nenhuma confissão religiosa concreta, pela simples razão de dever procurar harmonizá-las todas com os superiores interesses do bem comum. Mas neutralidade religiosa não pode significar que o Estado seja anti-religião, fazendo da laicidade uma espécie de credo, tornando-o num Estado confessional de sinal contrário. (11c)

3. Carta Pastoral sobre Responsabilidade solidária pelo bem comum (15.Set.2003)
Os sinais de participação solidária convidam a alimentar a esperança como dinamismo gerador de uma nova atitude de empenhamento na comunidade. Face aos “pecados sociais”, característicos do nosso tempo, há que contrapor um espírito de responsabilidade participativa, justa e solidária na procura do bem comum e na construção do projecto comum de sociedade. Face à mentalidade de egoísmo e à cultura do efémero e do hedonismo, há que fomentar o sentido da eternidade e do dom desinteressado de si mesmo aos outros e ao bem comum. Face às calamidades ambientais, às guerras ou outras emergências, é preciso promover uma cultura da solidariedade. Na mudança civilizacional que estamos a viver, o ponto de viragem para uma nova mentalidade está inscrito no coração humano: a pessoa realiza-se plenamente na medida em que se dá livremente aos outros. Disso depende a sua felicidade: “a felicidade está mais em dar do que em receber” (Act 20,35). Daí a afirmação do princípio, válido para os crentes e para todas as pessoas de boa vontade: “é necessário procurar não o bem de um restrito círculo de privilegiados, mas a melhoria das condições de vida de todos. Somente sobre este fundamento se poderá construir aquela ordem internacional, orientada realmente para a justiça e a solidariedade, que todos almejam” (26).

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