divórcio ou casamento eterno?...

2008-12-13

Esta nossa vida tão multifacetada

Nestes dias que não vim a este espaço, houve várias coisas notáveis de diferentes tipos e características, que fazem da nossa vida um caleidoscópio curioso.
Os 60 anos de Declaração Universal dos Direitos Humanos podem servir para reflectir no “sangue, suor e lágrimas” que é a luta pelos direitos humanos. Como cristão, lamento as dificuldades levantadas pela própria Igreja, numa clara traição ao Evangelho (“Dai a César…”) e ao testemunho doloroso dos mártires que deram a vida pelo direito à liberdade de consciência e a adorar o seu Deus e não o imperador. Foi preciso esperar pelo Concílio para que fosse “oficialmente” assumida a célebre trilogia da Revolução francesa: liberdade (a grandeza da liberdade: GS 17), igualdade (a igualdade essencial de todos: GS 29) e fraternidade (o Verbo incarnado como fundamento da fraternidade e da solidariedade: GS 32). É pena que por vezes os Direitos Humanos ainda fiquem à porta da Igreja.
É bonito ver uma pessoa com 100 anos, Manoel de Oliveira, ainda a filmar e cheio de projectos. É sobretudo um exemplo para tanta gente que hoje está mais preocupada em “receber o seu” ao fim do mês do que em contribuir para uma cidadania plena e comprometida.
Interessante foi o gesto de Mário Nogueira (certamente com conhecimento superior) que mostra que a Igreja católica já não é o ópio do povo. Claro que a Igreja mudou muito. Mas só o futuro poderá dizer se este seu gesto é genuino ou tinha segundas intenções…
Ainda relativamente a este sindicalista houve a confirmação de uma frase sua verdadeiramente notável: os professores querem ser avaliados (é bom a gente saber que realmente querem, porque não se tem notado muito!), mas de um modo sério e respeitador da dignidade dos professores. Como? Por auto-avaliação! Comentários, para quê? Pelo que se viu felizmente nem todos alinham nessa farsa.
Finalmente, depois de todo o barulho por causa das faltas dos deputados na passada sexta-feira, com especial penalização para o PSD, chegou agora a vez dos do PS faltarem em força à Comissão Parlamentar de Orçamento e Finanças. Mesmo que tal tenha acontecido pela forma atabalhoada da convocatória, não deixa de ser um sinal negativo sobretudo depois do que aconteceu há uma semana. Parafraseando Jaime Gama: ser deputado não é uma situação de privilégio mas um serviço ao país; no fundo, o exercício máximo de responsabilidade cívica. Acresce que ninguém é obrigado a ser deputado... embora todos saibamos que tem consequências bem chorudas.

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