divórcio ou casamento eterno?...

2008-12-04

Piratas há muitos

Parece que voltamos aos tempos de Francis Drake, o pirata que foi promovido a Sir pela sua actividade patriótica ao serviço de Sua Majestade.
Nos mares da Somália, particularmente no golfo de Aden, os piratas saíram “à rua”. Dizem os ocidentais que são piratas que assim descobriram uma forma infame de ganhar pipas de massa: sequestrando petroleiros e barcos de cruzeiro. Parece que é verdade.
Mas é só parte da verdade. E estou a socorrer-me de um artigo do Expresso.
Porque antes apareceram por lá outros “piratas” que descobriram uma outra forma também infame de ganhar pipas de massa: pescadores das mais variadas nações do mundo para ali se deslocam para pescar ilegalmente e ganhar com este seu “trabalho honrado” qualquer coisa como 300 milhões de euros anuais.
Perante esta roubalheira que este país, dividido e governador pelos senhores da guerra e por um governo transitório, não consegue evitar, a “justiça popular” entrou em funções: os pescadores, condenados a morrer à fome, pela sua incapacidade de competir com empresas pesqueiras modernas, aliaram-se aos piratas equipados com as armas mais sofisticadas. Uma associação que está a revelar-se mortífera!
“Vigiai!”. Isto é, estejamos atentos a todas as formas de injustiça e exploração, especialmente às que nós cometemos.
Afinal foi preciso que os piratas locais começassem a actuar para que nós, os civilizados ocidentais, os grandes defensores dos direitos fundamentais das pessoas e dos povos, ficássemos revoltados contra esta barbárie. Mas não vigiámos o suficiente para percebermos que afinal os primeiros piratas são cidadãos de muitos dos nossos países ditos civilizados.
Se não “vigiarmos”, isto é, se fecharmos os olhos às injustiças de que nós ou os nossos concidadãos somos responsáveis e só virmos as que os piratas do Terceiro Mundo cometem, somos ainda mais piratas do que eles.
É que “não há duas morais: uma pra mim, outra pròs mais”, como dizia a sabedoria popular que aprendi, há muitos anos, na minha aldeia e que a Bíblia traduz no “não faças aos outros o que não queres que te façam a ti”.
De qualquer modo, temos ainda uma obrigação suplementar: é converter este preceito negativo do AT na atitude positiva do NT: amarmo-nos uns aos outros porque todos somos irmãos de uma única família e todos temos iguais direitos aos bens que pertencem à única humanidade de que todos fazemos parte.

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