divórcio ou casamento eterno?...

2009-05-14

Os túneis da cidadania

Independentemente de Lopes da Mota, presidente da Eurojust, vir ou não a ser inocentado no processo disciplinar agora aberto por alegadas pressões no caso Freeport, o mínimo ético e cívico que se lhe é exigido é demitir-se do cargo.
Pode até ser difícil provar que ele quis exercer pressões, mas, depois de ter admitido conversas sobre o assunto, ele tem a obrigação de se demitir, mesmo estando inocente. Uma cidadania sã constrói-se com gestos destes.
Como também se constrói e aprofunda com o gesto dos inspectores que denunciaram as supostas pressões, para que fossem analisadas. Se esta fosse a regra geral certamente que no futuro as pessoas teriam cuidado em não repetir a mesma atitude: é que infelizmente funcionamos melhor com o pau (do medo) do que a cenoura (do dever cumprido).
Neste sentido seria bom que todos os que se sentem objecto de pressões as denunciassem e não apenas alguns ou em certas circunstâncias.
Fazer, por exemplo, com que potenciais criminosos sejam avisados atempadamente para saírem de casa e limparem os seus computadores é contribuir para corroer a cidadania e a justiça.
E já estamos tão mal, tanto numa como noutra, que bem necessário é haver gestos nobilitantes nestes domínios.

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