divórcio ou casamento eterno?...

2009-11-24

CinV (53) Cultura da vida

Antes de olhar o nº 28 da encíclica, gostaria de fazer dois comentários prévios.

Hoje vivemos uma espécie de cultura da morte. Primeiro que tudo a existência de guerreiros, governantes ou comandantes (a história que eu estudei valorizava as guerras, sobretudo as vitórias, e educava para o ódio aos inimigos, especialmente os espanhóis, fomentando uma mentalidade militarista), em especial os senhores da guerra que mandam crianças para a morte. Depois, falo da condução nas nossas estradas. Da falta de cuidados de tantos operários que, por culpa própria ou alheia, não se protegem devidamente. Da facilidade com que se mata para assaltar um posto de gasolina ou roubar meia dúzia de euros. Da desproporção que há entre os mortos dos países desenvolvidos e os milhões de mortes dos países pobres por guerra, fome e sede ou doenças tão fáceis de curar. Tudo isto aponta para uma cultura da morte, expressão que João Paulo II, na encíclica Evangelium vitae (25.Março,1995), repete continuamente (21, 24, 26, 28, 50, 87, 95, 100), contrapondo uma “cultura da vida”, à qual dedica todo o capítulo IV (78-101) e de que procurarei fazer um pequeno resumo, dividido em 4 partes.

Anunciar o Evangelho da Vida (80-82)
- a vida humana, dom precioso de Deus, é sagrada e inviolável;
- não só não deve ser eliminada mas deve ser protegida com todo o cuidado;
- o seu sentido está no amor dado e recebido;
- a sociedade deve respeitar, defender e promover sempre a dignidade de cada pessoa.

Celebrar o Evangelho da Vida (83-86)
- ter um olhar contemplativo sobre a vida, este prodígio sempre original e enternecedor;
- agradecer, através da oração pessoal e comunitária, o dom da vida;
- viver a existência quotidiana no amor pelos outros e na doação de si próprio.

Servir o Evangelho da Vida (87-91)
- cuidar do outro enquanto pessoa confiada por Deus à nossa responsabilidade;
- fazer-nos próximos de cada pessoa, especialmente dos mais carenciados;
- rejeitar unilateralismos e discriminações: a vida humana é sagrada em todas as situações;
- criar e desenvolver acções concretas e estruturas de formação e de apoio à vida, que inclua mães solteiras e casais em dificuldades, toxicodependentes, menores, inválidos, idosos, doentes mentais, doentes da sida;
- humanizar os hospitais, as clínicas e as casas de saúde;
- incentivar as pessoas para que se empenhem no Voluntariado;
- utilizar todas as formas de animação social e de pressão sobre os governantes para que
- defendam a vida através de disposições legislativas eficazes,
- façam da política familiar o ponto fulcral e o motor de todas as políticas sociais;
- resolver o problema demográfico
- não com a contracepção, esterilização e aborto,
- mas com uma distribuição de riqueza mais justa entre as pessoas e os povos.

Para uma viragem cultural (95-101)
- renovar a cultura da vida no seio das comunidades cristãs, onde há muita incoerência;
- formar a consciência moral, educando
- os jovens para uma verdadeira sexualidade e o verdadeiro amor;
- os cônjuges para a procriação responsável ;
- todos para o primado do ter sobre o ter, da pessoa sobre as coisas;
- mobilizar todos os agentes educativos para esta nova cultura da vida.

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