divórcio ou casamento eterno?...

2007-09-20

Cowboys franceses

As recentes declarações de governantes franceses sobre a possibilidade de uma guerra contra o Irão são preocupantes.
Porque vêm de um país que usa e abusa da energia nuclear tanto pacífica como bélica, que não teve quaisquer escrúpulos em matar activistas do Greenpeace que protestavam contra os seus ensaios nucleares no Pacífico, que faz balbúrdios a vender armas a todo o mundo: em 2007, prevê-se que faça 6 mil milhões de euros versus 3,38 mil milhões, em 2004.
Mas sobretudo porque vem de um país, que se gaba de ser um dos grandes defensores dos direitos humanos. E um destes direitos não é com certeza o de impor a resolução dos conflitos internacionais por meio da guerra.

Além disso, que moralidade tem um país que está armado até aos dentes com as mais variadas armas de destruição maciça para proibir aos outros o que ele próprio tem? E porque não aplica essa mesma exigência a si próprio em primeiro lugar mas também aos Estados Unidos e a demasiados outros que possuem esse armamento letal em tal abundância que uma pequena fracção chega e sobra para destruir a humanidade?
Já lá dizia o Morais: é uma moral para mim e outra para os mais!

2007-09-17

Bom ano

Depois de quase dois meses de silêncio, aqui estou eu a desjar que este ano que aí vem seja par todos um ano de efectiva participação na construção do nosso país, da Europa e de um mundo onde todos tenham espaço e oportunidade para viver com dignidade e para dar o seu contributo indispensável a um futuro melhor.

O Dalai Lama esteve entre nós e foi ignorado pelo Governo e pelo Presidente da República. De pouco valem as "óbvias" desculpas destes órgãos de soberania, pois é óbvio que não o receberam porque ele está ligado ao Tibete e considerar o Tibete é incomodar a China. Mas sejamos claros: a maioria dos portugueses, mesmo dos que defendem a "prioridade primeira" dos direitos humanos e dos povos, lá no fundo não têm dúvidas: os interesses nacionais (económicos, entenda-se) devem ser considerados à frente da defesa dos direitos humanos.
Como critão tive pena que o Dalai Lama não tivesse sido recebido na Catedral como foi na Mesquita. Afinal o nosso ecumenismo (cristão) não parece ser tão aberto nem tão sério como se pretende fazer crer. Não bastam palavras, que já convencem ninguém, mas gestos.Para que haja ecumenismo a sério é necessário um diálogo franco, um respeito tolerante pelas outras religiões e um serviço humilde à Verdade que não é propriedade de ninguém. As autosatisfações religiosas são um perigo para o ecumenismo e podem converter-se em exercícios idolátricos.